O idealizador e promotor do Salão do Automóvel, Caio de Alcântara Machado criou no início dos anos 60 o Prêmio Lucio Meira de Design Automobilístico, para incentivar designers e estilistas automotivos brasileiros. Em 64 revelou-se então um jovem de vinte e poucos anos chamado Ari Antonio da Rocha, recebendo o prêmio daquele ano pelo projeto de um mini carro urbano chamado Aruanda, que também viria a receber no ano seguinte o prêmio de projeto mais inovador no Salão de Turim, na Itália.
O projeto iniciou-se em 61, após estudos do problema de tráfego urbano, onde, não sendo possível ampliar as dimensões das ruas e avenidas, resolveu-se compactar os veículos, que na época tinham na sua grande maioria, motores de grande potência e carrocerias enormes para transportar geralmente uma pessoa.
Em 66 o então presidente do senado australiano, em nome da Associação dos Fabricantes de Automóveis propôs construí-lo na Austrália, utilizando um motor elétrico. Nacionalista, Ari recusou, queria que fosse construído no Brasil, para recuperar a identidade nacional meio perdida. Após cinco anos de tentativa, Ari frustrado, desistiu de produzí-lo.
Aruanda no Salão de Turim
O estúdio Fissore na Itália foi o responsável pela confecção do único exemplar do Aruanda, que após anos perdido foi encontrado em péssimo estado e devolvido ao seu criador . Depois de tentativas frustradas de patrocínio para restaurar o Aruanda, Ari resolveu por conta própria bancar a empreitada que ficou a cargo do restaurador Ricardo Oppi, a quem eu já mencionei na postagem do Onça.
O Aruanda já restaurado
Ari também teve passagem marcante na Vemag no departamento de estilo, desenvolvendo nova gama de cores para os veículos, e foi o responsável pela mudança da abertura das portas dianteiras do DKW, que no seu entendimento eram perigosas, além de causarem embaraço para as mulheres que usavam saias e deixavam à mostra seus joelhos.
DKW Belcar
Fotos: CCAL
Maxicar